segunda-feira, 29 de agosto de 2016

APRENDER E ENSINAR: Duas Faces da Moeda

As pessoas que mais aprendem são as que mais ensinam. Até mesmo a forma como elas buscam o aprendizado é um ensinamento para nós. Quem culpa a falta de tempo por não fazer aquele curso tão importante para a sua ascensão profissional talvez não saiba que Lincoln tornou-se advogado estudando sozinho, nas raras horas livres em que seu trabalho braçal lhe permitia. Os que afirmam não ter “condições adequadas” para aprender provavelmente ignoram o fato de que Marie Curie arriscou a liberdade e a vida para poder estudar. Os que dizem que “é tarde demais para aprender” possivelmente desconhecem a história de Roberto Marinho. Quem está sempre declarando “Nunca vou conseguir aprender isso” talvez começasse a pensar diferente se ouvisse a história de Alcino Neto. E os profissionais preocupados apenas com o conhecimento necessário aos aspectos técnicos de suas carreiras teriam muito a ganhar se pensassem a respeito da máxima de Willard Rockwell: “Desenvolva tanto o homem quanto o gerente”.
Muitos dirão: “Mas como posso me comparar a Lincoln ou a Marie Curie? ”, e a esses vou logo avisando que não se trata de comparar, mas de refletir. O fato de existirem pessoas que ampliaram seus limites muito além do que se poderia esperar nos leva a pensar em quão pouco estamos expandindo os nossos. Uma Figura de Transição está sempre aprendendo e está sempre ensinando, e é exatamente por estar sempre aprendendo que ela nos ensina: seu exemplo nos mostra que vivemos para aprender e que aprendemos a viver. É como diz a poetisa goiana Cora Coralina: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. ”

Quem transfere o que sabe, não está preocupado em “dar lições”, mas em partilhar. Pessoas assim não fazem questão de ser admiradas: fazem questão de ser úteis. Ao transferir o que sabem, elas não estão impondo suas crenças, seus métodos e seus valores aos demais. Estão apenas lançando uma semente. O que vai acontecer com essa semente, que vai germinar ou não os frutos que dará, tudo isso depende daquele que a recebe. Os que transferem o que sabem reconhecem e respeitam esse direito, pois entendem que nenhum conhecimento pode ser verdadeiramente assimilado e colocado em prática sem antes ser digerido, elaborado e reelaborado por aquele que o recebe.

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