As palavras podem ter um efeito
demolidor, não apenas para quem as ouve, mas também para quem as pronuncia. Palavras
destemperadas e ofensivas, ditas sob o calor do momento, fazem com que a pessoa
que as proferiu seja vista como explosiva ou mesmo desequilibrada. Podem até
provocar uma efêmera sensação de alívio, mas a um preço alto demais: destroem
relacionamentos, agravam problemas em vez de resolvê-los e prejudicam, às vezes
de forma irreversível, a imagem que uma pessoa transmite aos demais. Stephen R.
Covey, cofundador da empresa de consultoria FranklinCovey, certa vez escreveu: “A
derradeira liberdade é o direito e o poder de decidir de que forma alguém ou
algo externo irá nos afetar. ” É exatamente isso que as pessoas que se deixam
levar por explosões de cólera não percebem. Elas podem pensar que estão “dando
o troco” ou que estão “colocando fulano ou beltrano em seu devido lugar”. Na verdade,
porém, estão apenas expondo seu descontrole, mostrando o quão facilmente
permitem que suas reações sejam determinadas por circunstâncias externas, ou
mesmo por aspectos de si mesmas que elas não percebem ou não querem perceber. Quantas
vezes gritamos com nossos filhos porque não podemos gritar com nossos chefes? Ou
gritamos com nossos funcionários porque não podemos gritar com nossos clientes?
É preciso refletir sobre isso, pois, do contrário, você corre o risco de ser
traído por suas próprias palavras.
Falar de forma equilibrada revela
que você é uma pessoa equilibrada. E o oposto também é verdadeiro. Muitas pessoas,
costumam afirmar, com orgulho, “eu digo a verdade na cara, seja de quem for” ou
“eu sou sincera, doa a quem doer ”. Ocorre que a sinceridade não pode estar
desassociada da sensibilidade de saber como e quando falar. Sem essa sensibilidade,
a alardeada “sinceridade” não passa de grosseria ou fala de educação. Quanto mais
dura for a “verdade” a ser dita a alguém, mais se fazem necessários o tato, a
gentileza e o bom senso.
As Figuras de Transição nos
mostram que é possível levar o diálogo a um patamar mais elevado e que a
comunicação não é uma forma de manipular, mas de aproximar as pessoas. Elas nos
fazem ver o poder transformador das palavras e o modo como a genuína cooperação
nasce da atenção sincera que dedicamos às pessoas.
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