quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Nossa atenção está sob um ataque sem precedentes


Se o número de decisões que precisamos tomar fosse o único problema, poderíamos nos safar com relativa facilidade. Contudo, um segundo desafio se acumula sobre o primeiro: enquanto tentamos lidar com a enxurrada de novas decisões a tomar, nossa atenção é vítima de um ataque sem precedentes. Todos os bipes, vibrações e banners que invadem nosso espaço mental impõem um alto custo a nossa capacidade de nos concentrarmos no que realmente importa.
Até a tecnologia pessoal pode se transformar em território inimigo. Se você já entrou no Google para pesquisar algo importante e, 45 minutos depois, se pegou assistindo a vídeos ou lendo coisas sem qualquer valor, então entende como é fácil nos distrairmos sem perceber.
Os profissionais de marketing sabem explorar com maestria nossas tendências naturais à distração. Pense nos milhões de dólares e dezenas de milhares de horas gastos tentando prender sua atenção por apenas 30 breves segundos durante um comercial do SuperBowl ou da Copa do Mundo. O mesmo dinheiro e empenho são gastos todos os dias na internet, com os profissionais de marketing criando anúncios vibratórios, dançantes e barulhentos só para prender nossa atenção por tempo suficiente para instigar nosso interesse em algo que eles estão tentando vender. Nosso amplo ecossistema midiático, que inclui notícias, propagandas e os próprios programas transmitidos, é basicamente um campo de batalha por seu recurso mental mais valioso: a atenção. Essa batalha é alimentada por dólares, euros, ou yuans, e as apostas são altas. Não faltam incentivos aos anunciantes para fazer o que puderem para chamar nossa atenção, mesmo que por um breve momento.
Entretanto, é difícil passar muito tempo prestando atenção a algo, e isso se aplica tanto a indivíduos como a organizações. E, quando prestamos atenção a alguma coisa, devemos nos conscientizar de que isso sempre tem um custo. Prestar atenção a algo requer um investimento de energia. E não dizemos isso só em sentido figurado. É um fato biológico e neurológico. Como a atenção requer esforço, é muito mais fácil deixar o cérebro se distrair com coisas menos importantes.

O resultado é que, se não tomarmos cuidado, podemos entrar no piloto automático mental, indo de uma coisa estimulante e distrativa a outra e deixando passar o que é importante, as coisas que fazem com que nossos dias, nossa vida e nossos relacionamentos sejam extraordinários.

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