Se o número de decisões que precisamos tomar fosse o único
problema, poderíamos nos safar com relativa facilidade. Contudo, um segundo
desafio se acumula sobre o primeiro: enquanto tentamos lidar com a enxurrada de
novas decisões a tomar, nossa atenção é vítima de um ataque sem precedentes. Todos
os bipes, vibrações e banners que invadem nosso espaço mental impõem um alto
custo a nossa capacidade de nos concentrarmos no que realmente importa.
Até a tecnologia pessoal pode se transformar em território
inimigo. Se você já entrou no Google para pesquisar algo importante e, 45
minutos depois, se pegou assistindo a vídeos ou lendo coisas sem qualquer
valor, então entende como é fácil nos distrairmos sem perceber.
Os profissionais de marketing sabem explorar com maestria
nossas tendências naturais à distração. Pense nos milhões de dólares e dezenas
de milhares de horas gastos tentando prender sua atenção por apenas 30 breves
segundos durante um comercial do SuperBowl ou da Copa do Mundo. O mesmo
dinheiro e empenho são gastos todos os dias na internet, com os profissionais
de marketing criando anúncios vibratórios, dançantes e barulhentos só para
prender nossa atenção por tempo suficiente para instigar nosso interesse em
algo que eles estão tentando vender. Nosso amplo ecossistema midiático, que
inclui notícias, propagandas e os próprios programas transmitidos, é
basicamente um campo de batalha por seu recurso mental mais valioso: a atenção.
Essa batalha é alimentada por dólares, euros, ou yuans, e as apostas são altas.
Não faltam incentivos aos anunciantes para fazer o que puderem para chamar
nossa atenção, mesmo que por um breve momento.
Entretanto, é difícil passar muito tempo prestando atenção a
algo, e isso se aplica tanto a indivíduos como a organizações. E, quando
prestamos atenção a alguma coisa, devemos nos conscientizar de que isso sempre
tem um custo. Prestar atenção a algo requer um investimento de energia. E não
dizemos isso só em sentido figurado. É um fato biológico e neurológico. Como a
atenção requer esforço, é muito mais fácil deixar o cérebro se distrair com
coisas menos importantes.
O resultado é que, se não tomarmos cuidado, podemos entrar
no piloto automático mental, indo de uma coisa estimulante e distrativa a outra
e deixando passar o que é importante, as coisas que fazem com que nossos dias,
nossa vida e nossos relacionamentos sejam extraordinários.
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